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CIOs brasileiros ainda estão longe do que precisarão ser em 2020.


Não há dúvidas: o papel desempenhado até agora pelos diretores de tecnologia da informação mudará radicalmente nos próximos cinco anos. O movimento vem à reboque de um avanço na complexidade, surgimento de novos conceitos, digitalização dos negócios das organizações, convergência e internet das coisas. Dessa forma, bem possivelmente, quem acha que repetir o modelo adotado até então pode ter uma surpresa desagradável em breve. 

“Entendemos que CIO de hoje tem grandes desafios relacionados a repensar seu papel, assumir mais a liderança da transformação digital (pois vem perdendo espaço), com uma visão mais ampla do futuro e não dependendo só das soluções que os fornecedores trazem”, comenta Ana Cláudia Reis, sócia-diretora da empresa de recrutamento de executivos CTPartners.

Um estudo realizado pela companhia para identificar o perfil dos líderes de TI em 2020 mostra que os profissionais precisarão fortalecer quesitos orientados à inovação e cultivar habilidades de relacionamento mais próximas às áreas de negócio, fornecedores e o time de tecnologia.

O CIO do futuro, portanto, precisa ser mais um executivo cada vez mais capaz pensar iniciativas de aplicação de recursos tecnológicos para potencializar resultados dentro da estratégia da organização.

Ocorre que muito se falou sobre alinhamento da área de TI com o negócios das organizações. O assunto é batido e aparece no discurso de 10 em cada 10 gestores já faz bastante tempo. Ocorre que isso agora, de fato, vai precisar chegar a níveis práticos.

Afinal, não é preciso um olhar muito atento para perceber que os profissionais a frente do departamento de tecnologia perderam espaço considerável (e, consequentemente, fatias graúdas do orçamento) ao longo dos últimos anos para executivos de áreas de negócio, que passaram a se apropriar e adotar ferramentas computacionais independente do conhecimento do CIO.

Ana afirma que o contexto pede uma postura mais proativa nas iniciativas de transformação digital, buscando uma posição de coordenação ou orquestração desses projetos, “quer seja de e-commerce, mídias sociais, analytics. Não pode deixar que as áreas de sombra do negócio tomem a frente desses projetos”, diz a executiva.


Cenário no Brasil
Na opinião da diretora da CTPartners, os CIOs brasileiros ainda estão muito longe das habilidades que precisarão ter em 2020. “Ainda é um gestor muito focado em atividades do dia a dia, visto como um profissional de bits e bytes. O CEO ainda vê tecnologia como uma função de suporte e pouco de negócios e inovação”, observa.

A executiva menciona que, pelo que observa no mercado local, são poucos os líderes de TI que trazem ideias de transformação e muitos gerem fornecedores sob uma ótica de grandes contratos. “Essas relações precisam mudar, com os provedores atuando mais como parceiros do que meros vendedores”.

Ana diz que grande parte dos projetos de recrutamento que conduz estão voltados à busca de líderes com foco em mobilidade, digital, segurança e análise de dados. “Das últimas dez posições que vi ao longo dos últimos meses, a grande maioria estava relacionada a esse cenário de transformação, no contexto da economia digital”, comenta, para adicionar: “Faz um bom tempo que não temos demanda por um CIO para implementação de ERP”.


Conselhos
Mas nada está perdido! Ainda dá tempo de mover a carreira para não ficar para trás no futuro. Na opinião da executiva, as premissas principais para adequar-se ao cenário que está por vir passa por uma postura atuante no processo de transformação e uma maior inclinação para projetos inovadores que trazer soluções que alavanquem resultados junto aos clientes de sua empresa.


Por: Felipe Dreher
Fonte: Computerworld/Br.
Edição: Diogenes Bandeira - Consultor de Segurança Eletrônica.
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