Pesquisas em desenvolvimento em diversos cantos do mundo tentam, a todo o momento, encontrar soluções e aprimoramentos para a rede interligada de computadores, de forma a dar mais segurança aos ambientes virtuais e continuar fornecendo suporte frente à demanda tecnológica e à evolução dos serviços.
Enquanto as instâncias de vida e de trabalho se tornam cada vez mais imersas nesse ambiente conectado, há quem pesquise um novo modelo de rede. Um desses projetos que propõe um tipo inédito de internet vem do sul de Minas Gerais, na cidade de Santa Rita do Sapucaí.
Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), o programa Nova Gênesis estuda a criação de uma nova arquitetura de processamento e troca de dados. A proposta é encontrar uma tecnologia mais adequada, compreensiva, flexível e segura que resolva os problemas e responda aos desafios da web contemporânea.
Uma nova internet:
"A nova rede está sendo reprojetada desde o início. Na época em que a internet convencional foi concebida, não havia tanta preocupação com segurança, os equipamentos que existiam tinham memórias precárias. O que estamos fazendo é reprojetar para que esta rede possa ser segura desde o começo, adicionando novos mecanismos neste processo”, diz Antônio Marques Alberti, professor e pesquisador do Inatel.
A ideia de desenvolver uma nova internet brasileira começou em 2008 no Instituto. O projeto Nova Gênesis usa o conceito de SOA (arquitetura orientada a serviços) para simplificar o gerenciamento da rede, e utiliza nomes auto-certificáveis para que as máquinas se comuniquem, substituindo o IP.
No final de 2011, o programa fechou uma parceria com uma universidade sul-coreana, com quem realizou testes de navegação e troca de dados nesse ambiente em desenvolvimento. Os experimentos têm ajudado os pesquisadores a melhorar o sistema, e futuras versões do Nova Gênesis podem ser testadas em universidades brasileiras a partir do ano que vem.
A nova internet propõe uma maior proteção ao usuário. Em tempos de espionagem e de roubo de dados por agentes governamentais (estrangeiros, inclusive), é de se pensar se o projeto é realmente uma solução ou mesmo uma resposta brasileira aos serviços de comunicação vigentes. “É preciso ressaltar, porém, que não existe internet 100% segura", diz Alberti, com a segurança de quem entende do assunto.
O projeto Nova Gênesis conta apenas com os recursos do Inatel, sem investimentos de governos ou de parceiros comerciais. O próximo passo é ampliar os testes da nova rede em escala mundial, mas ainda faltam condições e estrutura para isto acontecer.
Por: Guilherme Haas.
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