Unidade francesa em deslocamento no Mali. |
Autoridades do Pentágono dizem que os
Estados Unidos estão se preparando para oferecer apoio logístico à
França nas ofensivas aéreas que o país vem realizando contra os
militantes islâmicos no norte do Mali. O Pentágono já começou a auxiliar as
forças francesas com inteligência para impedir os avanços dos
militantes, mas os EUA advertem sobre ações que possam causar mais
complicações à região. Caças franceses vêm atacando
ininterruptamente, atingindo campos de treinamento e outras posições
tomadas pelos rebeldes islâmicos no norte do grande país da África
Ocidental. Oficiais do Pentágono disseram na semana
passada que estão prestes a decidir o tipo de apoio logístico que será
oferecido à França para o caso do Mali. As autoridades dizem que os EUA
já estão disponibilizando dados de inteligência colhidos por veículos
aéreos não tripulados que operam na região. Falando durante um voo à Europa, o
secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, elogiou a iniciativa da
França de liderar a luta para expulsar os militantes do Norte e Oeste da
África, incluindo a al-Qaida no grupo Magreb islâmico. “Temos a responsabilidade de garantir que
a al-Qaida não estabeleça uma base de operações na África do Norte e no
Mali. Estamos muito preocupados com a AQIM (al-Qaida no Magreb
Islâmico) e seus esforços para estabelecer uma base muito forte na
área”, disse ele. Panetta disse que prometeu ajudar a França, mas que esse apoio será limitado. “Estamos nos concentrando basicamente em
três áreas. A primeira é obviamente prestar apoio logístico limitado. A
segunda é o apoio de inteligência, e a terceira algum tipo de transporte
aéreo também”, disse ele. Analistas dizem que há um motivo para que
Washington não se esforce para desempenhar um papel mais direto no
conflito. Thomas Dempsey é um coronel reformado do Exército dos EUA que
trabalha no Centro Africano de Estudos Estratégicos do Departamento de
Defesa. “Devemos ser cautelosos no nosso desejo
bem-intencionado de combater os extremistas violentos, para não
atiçarmos o fogo do conflito civil no norte do Mali, para não
encorajarmos os grupos locais a pegarem em armas uns contra os outros e
para não aumentarmos a violência”, disse. Os EUA pretendem perseguir os militantes
ligados à al-Qaida na África. Seguindo a nova estratégia de defesa do
presidente Obama, o país quer fazer isto sem intervenção direta,
concentrando-se ao invés disto no treinamento dos militares das nações
parceiras aliadas. Os objetivos imediatos da França são
deter o avanço dos militantes a fim de permitir a entrada dos grupos de
paz africanos e começar a proteger o norte do Mali para um eventual
retorno do controle do governo. No entanto, depois do golpe militar do
ano passado, não há no local um governo funcional e legítimo para
reassumir o controle e não há qualquer plano de longo prazo, o que
segundo Dempsey torna mais difícil uma assistência mais direta dos
Estados Unidos. “É preciso saber onde queremos chegar
antes de começarmos. Não estou convencido de que todos os envolvidos
aqui tenham uma visão clara daquilo que se quer atingir”, disse ele. A intervenção da França foi uma
solicitação dos líderes interinos malineses. O próximo passo será
substituir esses líderes por um governo legítimo e estável capaz de
assumir o controle do norte. Antes que isto aconteça, os analistas
dizem que o Mali terá que solucionar os problemas políticos que incluem
as queixas latentes dos separatistas tuaregues, cuja rebelião, no ano
passado, levou ao golpe e à tomada do norte pelos islâmicos.
Fonte: Diálogo - Voice of America/Luis Ramirez.
EUA se preparam para ajudar a França no Mali.
Reviewed by Consultor de Segurança Eletrônica
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21:57:00
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