Ah, se você ama filmes e histórias de mistério, com certeza vai adorar saber mais sobre o trabalho de quem investiga fraudes no setor privado. Pode ser tão emocionante quanto um conto de Sherlock Holmes ou Agatha Christie. Vem ver!
Primeiro você precisa entender que não se trata de um universo obscuro com pessoas escondidas espiando entre vãos e esquinas. A profissão de detetive particular é regulamentada desde 1957! Ou seja, é um pouco mais série do que a gente costuma ter no nosso imaginário.
Sem dúvida, a investigação conjugal é a mais procurada por esse tipo de profissional. Mas ainda assim a outra fatia dos serviços prestados é direcionada por diferentes áreas. Entre elas, a investigação empresarial.
Para que serve?Hoje no Brasil 70% das empresas brasileiras sofrem algum tipo de furto ou fraude. E mais de 60% dos casos são ocasionados por funcionários ou ex-funcionários da empresa. Ou seja, já temos o primeiro motivo para você compreender o porquê deste serviço.
A investigação do time profissional é direcionada desde pequenos comércios até grandes corporações. E isso vale tanto para objetos, desvio de dinheiro e até roubo de ideias. Sim, é possível rastrear esse tipo de comportamento. Conhecido como espionagem industrial, esse tipo de serviço é mais do comum do que se imagina.
Alegar doença ou falsificar atestado médico também está entre os motivos pelos quais empresários contratam detetives particulares para zelar por seu negócio. Um exemplo corriqueiro desse tipo de situação costuma acontecer quando o funcionário já foi demitido da empresa e move uma ação contra ela dizendo que está impossibilitado devido ao antigo trabalho.
Outro caso frequente deste serviço é quando o detetive é contratado para identificar o comportamento daquele que ainda está em processo de conseguir a vaga em determinado lugar. Assim é possível que o contratante possa descobrir se há alguma antecedência de má fé e debater isso com o candidato para afinar as arestas em uma nova jornada.
E se você ainda não se convenceu de que este é um trabalho 2,2 bilhões de reais são furtados por funcionários no Brasil por ano somente no varejo. E os especialistas comentam que muitos só vão à procura de um detetive quando já estão próximos da falência. Ou seja, quanto antes este serviço for prestado, melhor!
E para ajudar, a tecnologia está avançada, com sistemas de espionagem cada mais potentes e inteligentes. Basta ver os casos de “espionagem preventiva” feitos pelo governo norte-americano no combate ao terrorismo. E se isso fere a liberdade das pessoas? Pera que a gente já vai te explicar o desenrolar do processo.
Como funciona?
Na mesma proporção da tecnologia pela busca de dados, a proteção e a identificação tornam-se cada vez mais complexas quando tratamos do meio virtual. As investigações empresariais são feitas através de monitorias na comunicação interna e infiltração dentro da equipe.
Para saber se estão sendo espionadas e se protegerem desses espiões que tentam burlar as regras e descobrir segredos, as empresas contratam os contraespiões. Escutas, grampos telefônicos e tráfego de dados. Tudo isso é analisado e descoberto pelo detetive que, ao invés de espionar a vida alheia, ele analisa a situação do seu cliente em prol da segurança.
Gancho de roupa, isqueiro e até benjamim de tomada. Todos esses podem ser focos de uma invasão de privacidade. Além disso podem haver interceptações de correspondências, intrusão em redes e computadores, espionagem fotográfica, furto de documentos (como relatórios financeiros, carteiras de clientes, metas de produção, lançamento de produtos no mercado, contratos, etc) e a escuta telefônica.
Alguns espaços empresarias dispõem até de ambientes chamados de salas seguras, onde há o uso de detectores de metais e outros aparatos que identifiquem espiões. Empresas chegam a desembolsar até 7 milhões para esse tipo de local, com paredes revestidas com aço e sem a cobertura de sinal para tv ou internet.
Casos famosos
Uma das situações mais marcantes desse tipo de espionagem aconteceu em 2004, quando uma investigação da polícia federal acusou o banqueiro Daniel Dantas e a diretora da Brasil Telecom, Carla Cico, de espionarem a empresa concorrente na Itália. Só que a marca italiana já tinha acionado a contraespionagem e percebeu a movimentação da rival. Depois do escândalo esse tipo de serviço cresceu.
Outro exemplo é o da Coca-Cola, que teve acesso às estratégias de marketing da rival Pepsi. A marca Pepsi fazia parte do grupo argentino Baesa e pretendia aumentar sua participação no Brasil que na época era de 6% na venda de refrigerantes, comparada aos 50% da Coca.
A Baesa queria chegar aos 30%. E durante o processo de empoderamento da empresa, foi descoberto que um técnico de som gravava reuniões da Baesa e depois entregava para a Coca-Cola, que assim soube de todas as estratégias da Pepsi, que despencou para 4% sua venda. Depois disso a marca foi vendida para a Brahma. Entende a gravidade do negócio?
Por último fica a reflexão para você que agora já é mais entendido no assunto:
“Nunca confie na probabilidade do inimigo não estar vindo, mas dependa de sua própria prontidão para o reconhecer. Não espere que o inimigo não ataque, mas dependa de estar em uma posição que não possa ser atacada.” – A Arte da Guerra, um livro que é um tratado militar escrito durante o século IV a.C. pelo estrategista e filósofo chinês conhecido como Sun Tzu.
Por: Fabrício Rui Dias
Fonte: e-Commerce News
Edição: Diogenes Bandeira - Consultor de Segurança Eletrônica
Blog: Diogenes Bandeira
Para que serve e como funciona a investigação empresarial
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