Luciano Moraes, presidente da Vigzul |
“Nós precisamos educar nosso cliente”, afirma Moraes. “Ele precisa entender que é melhor confiar sua segurança em nós e não no vigia do bairro.” Lançada em 2013, com aporte de R$ 100 milhões de Neeleman, em sociedade com seu irmão Mark e com o fundo de private equity Peterson Partners, a Vigzul quer ser para o mercado de segurança patrimonial o que a Azul Linhas Aéreas foi para o setor de aviação. A ideia é ocupar um espaço atualmente preenchido por pequenas companhias ou pelo mercado informal. “Existem muitas empresas de vigilância eletrônica no mercado, mas a maioria é focada na venda de equipamentos”, diz Moraes.
“O serviço é quase um acessório. Nós, ao contrário, queremos vender o serviço.” Substituir o vigia do bairro, ou aquela pequena empresa de alarme e cerca eletrificada, no entanto, é uma tarefa que exige um embate corpo a corpo com a clientela. Afinal, a sensação de segurança proporcionada pelo fato de ter alguém vigiando sua porta, mesmo que de forma pouco eficiente, muitas vezes, é suficiente para que a pessoa não se sinta preocupada em procurar um especialista em segurança. Por esse motivo, a Vigzul aposta em três estratégias: venda porta a porta, equipamentos sem fio e preço baixo.
O motivo para abandonar a fiação é a velocidade da instalação. “Se meu vendedor tem o orçamento aprovado, faz a instalação na mesma hora”, diz o executivo. Até hoje, segundo Moraes, a tecnologia sem fio era pouco utilizada em virtude dos custos. Nos últimos anos, no entanto, eles se tornaram mais atrativos, em especial por conta da escala que ganhou a empresa. Com a incorporação da GSR, a Vigzul chegou a um total de 18 mil clientes, em cerca de 30 cidades, nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Dessa forma, a empresa, que não divulga seu faturamento, consegue oferecer planos a partir de R$ 99.
Até 2016, a meta é chegar a 40 mil clientes. A Vigzul iniciou sua operação por Campinas, (não por acaso, onde está localizado o QG da Azul) a segunda maior cidade paulista, e já se expandiu para outros 26 municípios, incluindo a capital do Estado. Com a incorporação da GSR, além de estender seus tentáculos para a região metropolitana de Porto Alegre, onde conta com uma carteira de cerca de quatro mil clientes, a maioria corporativos, a Vigzul também adiciona ao portfólio o serviço de portaria eletrônica. Até o momento, sua oferta era focada no setor residencial.
Segundo Moraes, a negociação com Neeleman para a venda de sua empresa foi rápida. “Ele é de uma simplicidade que surpreende”, diz o executivo, que tinha planos de tirar um ano sabático no exterior, após a venda da GSR, mas desistiu quando foi convidado para assumir a presidência da Vigzul. “O Neeleman tem essa cultura de estar sempre vendendo a empresa, o que é muito empolgante.” O valor da transação não foi divulgado. O mercado de vigilância no Brasil, incluindo a segurança privada, que compreende, também, os serviços de proteção particular e transporte de valores, movimenta mais de R$ 50 bilhões.
Segundo Jeferson Furlan Nazário, presidente da Fenavist, entidade que representa as empresas do setor, esse tipo de serviço dá apoio ao Estado, sem ter a pretensão de exercer poder policial, e está “está se consolidando como importante protagonista na proteção de vidas e patrimônio das organizações públicas e privadas.” O segmento de segurança eletrônica, que movimenta em torno de R$ 5 bilhões, deve crescer 10% este ano, estima a Associação Brasileira de Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança.
Por: Rodrigo Caetano
O vigilante eletrônico azul
Reviewed by Consultor de Segurança Eletrônica
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12:15:00
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