Nesta segunda-feira, começa em Hanover, na Alemanha, a CeBIT 2014, principal feira de negócios do mercado de tecnologia da informação. Depois de um ano repleto de escândalos de espionagem, claro que a ética na rede é o conceito-chave da edição deste ano. Ao lidar com grandes dados, os profissionais de TI têm grandes responsabilidades. Por isso, o principal tema da CeBIT é datability, uma fusão entre os termos em inglês para responsabilidade (responsibility), sustentabilidade (sustainability) e gerenciamento de grandes volumes de dados (Big Data).
"Datability é o conceito que envolve o uso do big data, com responsabilidade e sustentabilidade", explica a empresária Gisele Oliveira, responsável pelas conferências internacionais da versão latinoamericana da CeBIT, a BITS, que acontece no mês de maio em Porto Alegre. De acordo com ela, este conceito é fundamental em um mundo em que, cada vez mais, os usuários cedem dados pessoais de forma voluntária, sem saber ao certo com que finalidade eles serão usados.
Responsabilidade compartilhada
Cabe à indústria, em parceria com as agências reguladoras, estabelecer um padrão ético de uso destes grandes volumes dados. E mais importante: deixar claro para o usuário qual a infra-estrutura de armazenamento de dados e o nível de segurança que ela oferece. Mas acima de tudo, é preciso que os usuários saibam quais dados abrir e quais não revelar na rede. "Será que o brasileiro está preocupado o suficiente com isso?", pergunta-se Gisele.
Talvez não o suficiente, considerando que temos uma das populações mais conectadas e ativas do mundo nas redes sociais. De acordo com dados do Facebook, o brasileiro passa cerca de 12 horas por mês conectado à rede social e é o segundo país com o maior número de conectados, atrás apenas dos Estados Unidos. Estamos inclusive à frente da Índia, em número de usuários no Facebook.
Reforçar a presença brasileira
Mas não em termos de presença global no mercado de TI. Para encarar os gigantes asiáticos, o empresariado brasileiro ainda precisa evoluir. Mas o processo já começou, de acordo com Mauricio Macedo, gerente do Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul e veterano de CeBITs, com cinco edições no cúrriculo.
Ele afirma que o "imediatismo" do empresariado brasileiro está dando lugar a uma maior consciência. Feiras como a CeBIT são "um investimento de médio a longo prazo", em que o empresário precisa estar para não ficar para trás em um mercado dinâmico.
É por isso que há 15 anos a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX), em parceria com a Agência Brasileira da Exportações e Investimentos e outros órgãos governamentais Neste ano, a Softex, em parceria com a Apex e o Ministério das Comunicações, envia comitivas para a CeBIT. Neste ano, 19 empresas brasileiras estarão representadas na feira, mas de forma muito mais efetiva do que nas últimas edições, explica Gustavo do Vale, gestor do projeto Setorial da Softex.
Preparação e adaptação
De acordo com ele, as empresas não vão mais apenas para conferir a feira, mas vão preparadas para cumprir seus objetivos, sejam eles quais forem. "Antes de ir, a gente faz todo um trabalho de preparação. A gente sempre contrata um consultor", que explica o evento, apresenta oportunidades de contatos e networking de acordo com o perfil das empresas, traz os destaques da feira para cada área.
E o objetivo disso tudo é que o Brasil consiga reforçar sua presença internacional em um mercado altamente competitivo, mas que valoriza profundamente a criatividade e a capacidade de adaptação. Isso, o Brasil tem, garante Gustavo do Vale. A CeBIT 2014 vai até o dia 14 de março e deve reunir 3400 empresas de 70 países, além de 1500 apresentações, palestras e workshops.
Fonte: RFI - Gabriel Rocha Gaspar
CeBIT, maior feira de TI do mundo, começa nesta segunda em Hanover
Reviewed by Consultor de Segurança Eletrônica
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19:34:00
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