No mercado competitivo precisamos cada vez mais de líderes. E o que é líder? Ou ser líder? Existem dois tipos de líderes: o líder natural (chamado de nato), cujas características já começam aparecer cedo, e o líder contratado/colocado na função. Qual a diferença entre eles?
O líder natural tem um grande poder de persuasão, poder de direcionar a equipe para uma mesma direção e respeita as pessoas. Muitas vezes um gestor acha que para ser respeitado ele precisa ficar de cara fechada, não dizer bom dia, não conversar com os colaboradores em todos os níveis, não deve ser educado ou mesmo ser áspero e rude.
Às vezes eu escuto a seguinte frase de um gestor: “eu não posso sair de férias se não a fábrica para”. Pergunta: esse gestor é líder natural? Nunca, pois o verdadeiro líder, ou o líder natural, é aquele que consegue tirar férias, que pode realizar uma reunião de negócios e se ausentar por algumas horas ou mesmo alguns dias. Esse tem controle da fábrica e dos colaboradores; esse é um grande líder. Se o líder tem de estar o tempo todo supervisionando os colaboradores e, na primeira necessidade de se ausentar, diminuem o ritmo de trabalho, esse é um líder contratado. Quantas vezes ao longo da minha carreira eu ouvi a seguinte frase: “eu só estou trabalhando aqui ainda por causa do x (líder)”. Muitos colaboradores têm respeito e admiração tão grandes pelo seu líder, que suportam trabalhar em um lugar descontentes em função dele ou, se o líder sai, o acompanham no novo desafio.
O líder natural tem algumas características indispensáveis para o sucesso de qualquer negócio; uma das mais importantes é a atitude, ou falta dela. Na grande maioria das vezes o colaborador sabe o que tem de fazer mas não o faz. Às vezes temos debates interessantes na área de Recursos Humanos (RH) com a seguinte pergunta: você prefere um candidato 70% conhecimento e 30% atitude, ou 30% atitude e 70% conhecimento? O debate fica interessante e extenso, porém a atitude sempre vence. Um profissional com atitude busca conhecimento que não tem; porém, um profissional com conhecimento, mas sem atitude, será muito mais complexo para o negócio. Uma vez eu fiz uma grande quantidade de entrevistas, as quais se iniciavam quando o candidato chegava. Eu deixava uma vassoura na diagonal cruzando um corredor para verificar a atitude do colaborador. Pergunta: qual a porcentagem de candidatos pegava a vassoura do chão e colocava em pé? Nessa experiência, 20%, mas na maioria dos testes ou dinâmicas aplicadas nem essa porcentagem é atingida.
O planejamento também caminha ao lado do líder natural, principalmente quando treina colaboradores para possíveis promoções. O verdadeiro líder sempre tem alguém preparado para assumir a sua vaga e as de seus colaboradores. Qual seria o pensamento dele em relação a essa questão? “Como eu irei subir um degrau na carreira se não tem ninguém preparado para assumir o meu lugar?”. Líderes pensam assim.
Normalmente sabem administrar o tempo e delegar tarefas, tendo também uma comunicação boa tanto como receptores quanto transmissores. E, quando encontram interferências ao longo dela, resolvem da melhor forma possível.
São polivalentes e se adaptam rapidamente com as condições atípicas. Uma outra pergunta que gera uma discussão gratificante é se o líder deve ser especialista em uma área ou generalista. Ambos podem atuar como líder, porém, o generalista tem uma visão macro do negócio e/ou processo, o que traz ganhos significativos para as organizações.
Um líder, para ser bem sucedido, precisa no mínimo conhecer a área em que está atuando, a anterior e a posterior à sua. Melhor ainda se conhece o negócio e/ou processo como um todo.
A competitividade das organizações e entre os profissionais faz com que cada vez mais seja exigido dos líderes alto nível de conhecimento, formação, habilidades e competências das mais variadas. Hoje normalmente é exigido nível de conhecimento generalista com duas especialidades.
Para ser líder não necessariamente este precisa estar em uma função de supervisão, gerência ou direção. Encontramos líderes como assistentes, analistas, entre outros. A liderança está dentro de cada um e devemos exercitá-la constantemente.
Sergio Henrique Miorin, é professor do IBE/FGV desde 2006, diretor geral da SM - Consultoria, Treinamentos e Palestras, formado em Engenharia Elétrica modalidade Eletrônica pela USF, pós-graduado em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações pelo INATEL, pós-graduado em MBA em Gestão Empresarial pela FGV, cursando mestrado em Educação pela UNISAL. Email para contato: sergio.miorin@smconsultoriaempresarial.com.br - site: www.smconsultoriaempresarial.com.br
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