A Segurança Eletrônica é um ramo especializado, dedicado à proteção pessoal e patrimonial com uso de equipamentos eletrônicos e serviços, e sua história é relativamente recente. Os primeiros equipamentos que podem ser categorizados como tal surgiram no fim dos anos sessenta e começo dos setenta do século passado, ou seja, a menos de cinqüenta anos.
Interfones, portas automáticas, alarmes, etc., eram fabricados de maneira informal por pessoas ou empresas em “fundos de quintal”.
Sua utilidade se consolidou entre todas as camadas de consumidores, e as indústrias voltadas para o ramo, encontraram espaço de forte expansão numa demanda crescente e irreversível.
A tecnologia se desenvolveu em consonância com a área de serviço, e sua expansão buscou na sofisticação e redução dos custos de produção a formula ideal para se atingir um mercado consumidor que se abria ávido pelas novidades.
As câmaras de segurança, os alarmes de perímetro, com sensores de presença e cercas elétricas, o monitoramento via telefone e internet, os painéis de acesso digital, incorporam este arsenal e as novidades não param.
Como num filme de ficção vimos a cada dia toda esta tecnologia se incorporar para formar novos e mais sofisticados sistemas de proteção, para valores e pessoas.
Os GPS são uma realidade e se fala em chips colocados sob a pele, com capacidade de rastrear vítimas de seqüestros, dando para os órgãos policiais e empresas especializadas sua exata localização.
Qualquer pessoa em viagem pode com uso de celular e senha dar, de vez em quando, uma olhadela em sua casa ou empresa pra conferir se tudo está correndo bem. Grande parte desta nova tecnologia tem acesso muito restrito por seu alto custo. Mas como em outras áreas a indústria busca, em fórmulas tradicionais, os meios de colocá-las ao alcance de bases cada vez maiores do mercado consumidor.
Na verdade, diante da oferta cada vez mais generosa destes equipamentos, o nó górdio da área de segurança eletrônica pode ser observado precisamente na área de serviço. A carência de mão de obra especializada é uma realidade que promove a migração de profissionais despreparados de outras áreas, e ofertas de serviços de péssima qualidade.
Num exercício de futurologia podemos apontar algumas tendências na evolução deste mercado. Para bancos, empresas e residências câmeras de alta resolução conectadas a programas de computadores poderão identificar rapidamente marginais, em condição de pré-crime, com cadastros já inscritos em bancos de memória dos sistemas de segurança. Softwares sofisticados poderão também identificar na varredura de feições e expressões corporais alteradas, a condição de intenção de crime, permitindo que medidas de proteção sejam acionadas antes mesmo que eles ocorram. Interfones com câmeras poderão bloquear acesso de pessoas não identificadas em seus bancos de memória e ao mesmo tempo enviar á central de monitoramento da policia imagens e dados de suspeitos. Satélites dotados de câmeras e sensores poderão em varredura constante, detectar ações suspeitas de criminosos ou bandos e agir antecipadamente na sua interceptação. Os portões eletrônicos poderão ser incorporados com sistemas de sensores e câmeras que municiando programas de computadores, detectarão o potencial de perigo no entorno, bloqueando portas e portões e determinando ao usuário novas medidas (como continuar com seu itinerário, alertar a policia). Câmeras e sensores, colocados estrategicamente fora de lojas e bancos poderão também utilizar os mesmos sistemas ao detectar a intenção de crimes em atitudes e artefatos de poder ofensivo. Este exercício de imaginação e futurologia pode provocar incredulidade em muitas pessoas, mas a preciso lembrar que todos estes sistemas já existem e devem se tornar comercialmente viáveis em curto espaço de tempo, se considerarmos que as novas tecnologias aceleram estes processos e tornam seus custos de produção cada vez menores. Poder imaginar unidades de policias especiais atuando na interceptação de crimes antes que eles ocorram é ao mesmo tempo alentador e assustador. Se a maioria dos criminosos podem ser considerados “pé de chinelo”, isto nos leva inevitavelmente a prever também uma nova categoria de criminosos com acesso a esta mesma tecnologia, numa corrida cujo fim, nenhum trabalho de futurologia pode prever e alcançar. As leis relativas à estes equipamentos e às novas tecnologias de segurança devem desde já, considerar sua utilização de forma mais restritiva, para que a exemplo das armas, seu uso não seja tão banalizado e acessível. Afinal não custa lembrar que, quem arma os criminosos é a legislação branda que regula o seu uso, e o controle precário a partir das indústrias legalizadas.
Por: Sergio Upton.
Gestão de segurança privada: Conhecimento é tudo!
Reviewed by Consultor de Segurança Eletrônica
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02:21:00
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