Audiência pública debate o PL 3722/12
Foto: Lúcio Bernardo Jr. / SEFOT-SECOM |
Foi iniciada nessa semana a efetiva discussão do projeto de lei nº 3722/12, que substitui o atual estatuto do desarmamento, instituindo um novo sistema de regulamentação de armas de fogo e munições no país. A proposta foi objeto de uma audiência pública realizada na última quarta-feira (05/12), na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em que predominaram amplamente os posicionamentos pela aprovação do texto.
O relator do projeto na
comissão, o deputado Cláudio Cajado (DEM/BA), sinalizou que apresentará
relatório pela aprovação, respeitando o a opção manifestada de forma
inequívoca pela população brasileira no referendo de 2005. Para ele, a
lei atual deixou a população indefesa, perante criminosos cada vez mais
armados, não se podendo deixar a segurança de cada cidadão
exclusivamente nas mãos da polícia, por mais competente que seja a
atuação desta.
Esta também é a opinião
do autor do projeto, o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB/SC), que
enfatizou na audiência que sua proposta não teve, como muitos tentam
atribuir, qualquer interferência dos fabricantes de armas e munições,
sendo fruto do anseio popular que sobre o tema lhe foi manifestado. "É
um projeto que respeita a opção dos 64% da população que votaram pelo
'não' em 2005 e ao povo de Santa Catarina, onde esse percentual foi
ainda maior", afirmou o deputado.
A audiência pública
ainda contou com destacada participação do presidente do Movimento Viva
Brasil, o professor Bene Barbosa, que apresentou números sobre o
fracasso da lei atual (vídeo à esquerda), e do ex-deputado Alberto
Fraga. Foi deste, aliás, a afirmação mais contundente sobre o atual
estatuto do desarmamento, imputando ao então presidente da Câmara, o
deputado João Paulo Cunha (PT/SP), burla à votação, às vésperas do Natal
de 2003. Segundo Fraga, quando da votação, o projeto teria tido mais
votos pela rejeição do que pela aprovação, mas, ainda assim, o deputado
João Paulo Cunha, hoje condenado pelo STF por um esquema de corrupção
vigente àquela época, teria proclamado o resultado pela aprovação, tudo
registrado nos vídeos da respectiva sessão.
A proposta é a que vem
angariando mais apoio popular, com recordes de manifestações pela
aprovação em todos os canais aos quais é submetida. No Disque-Câmara e
na enquete do Portal da Câmara na internet, segue com índices de
aprovação superiores a 90%, o que vem se repetindo em todos os canais
que sobre ela realizam pesquisas. Ainda assim, alguns setores da
imprensa vêm suscitando questionamentos sobre o projeto, tentando-os
vincular a um possível aumento da violência.
Para o pesquisador em
segurança pública e coordenador do Movimento Viva Brasil, Fabricio
Rebelo, esse posicionamento de parte da imprensa é fruto de
desinformação. "Infelizmente, o que temos visto é que alguns
jornalistas, historicamente vinculados ao desarmamento, têm feito
comentários e emitido opiniões sobre o projeto sem que conheçam seu
teor, pois aduzem a um cenário de liberação geral de armas que
simplesmente não existe no texto; ao contrário, qualquer um que se
dedicar à sua leitura poderá observar que é instituído um sistema rígido
de controle, até mais amplo que o atualmente vigente", é o que afirma Rebelo.
De acordo com o pesquisador, à medida que se for discutindo o projeto, esses equívocos serão dirimidos. "Por
isso são tão importantes os debates sobre o projeto, para que seu teor
seja mais conhecido e se desfaça essa imagem verdadeiramente
preconceituosa que sobre ele se tenta formar, fruto de uma ideologia
desarmamentista injustificável", opina. Para Rebelo, "o projeto
está alinhado a todos os estudos mundialmente mais relevantes sobre
controle de armas e segue a tendência internacional de se punir seu uso
ilegal, mas sem retirar do cidadão honesto a opção pelo exercício da
legitima defesa, desde que observados rígidos critérios para o
respectivo porte.".
Avança projeto que substitui o estatuto do desarmamento.
Reviewed by Consultor de Segurança Eletrônica
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04:21:00
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