LOS ANGELES - A história real de uma agente da CIA em foco em "A Hora mais Escura" - novo filme da diretora Kathryn Bigelow sobre a caça a Osama bin Laden - veio à tona nesta semana. A jovem e determinada agente, que no filme aparece com o nome fictício de "Maya" (interpretada por Jessica Chastain) é descrita por colegas como combativa e difícil.
- Ela não é a Miss Simpatia, mas não é isso que faz alguém encontrar Osama bin Laden - disse um de seus ex-colegas da CIA, ao jornal "The Washington Post". A mulher, que não tem a identidade revelada e está na faixa dos 30, foi declaradamente passada para trás em uma promoção neste ano, e discutiu com colegas sobre quem deveria levar o crédito por ter rastreado o líder da al-Qaeda ao complexo em Abbottabad, Paquistão - onde Bin Laden foi morto pelas forças especiais dos EUA em maio de 2011, no ataque de 0h30m que dá o título ao filme de Bigelow (em inglês, "Zero dark thirty"). Funcionária da CIA desde antes do atentado de 11 de Setembro, ela estava posicionada em Islamabad, a capital do Paquistão, anos antes da incursão contra o terrorista. A agente trabalhava para revelar a rede de mensageiros que, acreditava, levariam a Bin Laden. Num momento do filme, quando uma colega é morta em um ataque no Afeganistão, Maya descreve seu objetivo: - Acho que fui poupada para poder terminar o trabalho. Apesar da busca de uma década ter envolvido centenas de pessoas, fontes afirmam que a contribuição de "Maya" foi crucial. Depois do ataque, ela foi condecorada com a Medalha de Inteligência da CIA e ganhou um bônus em dinheiro. Porém, irritou colegas ao responder ao e-mail geral de premiação, acusando companheiros de agência de terem obstruído seu trabalho. - Após dar certo, houve muita gente querendo ficar com o crédito - disse um ex-agente de inteligência, acrescentando que ela era uma das pessoas que estavam no caso desde o início. - Ela apertou “responder a todos” e disse: “Vocês tentaram dificultar o meu trabalho. Vocês me combateram. Só eu mereço o prêmio.” A atenção que ela recebeu irritou ainda mais os colegas. A mesma mulher que inspira Maya também aparece como "Jen" em "No easy day", livro sobre a operação contra Bin Laden, escrito pelo ex-fuzileiro naval Matt Bissennette, encarregado da missão. "A hora mais escura" dá sequência ao vencedor do seis Oscar "Guerra ao Terror" (2008), sobre a guerra no Iraque, também dirigido por Kathryin Bigelow. A expectativa é de que o filme apareça na temporada de prêmios de 2013. Quando Bin Laden foi morto, a diretora já estava trabalhando em um projeto sobre as tentativas de encontrá-lo. O episódio fez com que o roteirista Mark Boal rasgasse o que estava produzindo e recomeçasse do zero. O longa começou a ser rodado na primavera deste ano e estreia nos cinemas dos EUA nesta semana, deliberadamente atrasado, para evitar acusações de que a obra favoreceria o presidente Barack Obama, que ordenou o ataque e que este ano disputou a reeleição. Mesmo assim, o filme causou controvérsia, pois Bigelow e Boal se encontraram com funcionários da Casa Branca, Pentágono e da CIA - inclusive a mulher em quem "Maya" é baseada. Mark Boal, que também é jornalista, ganhou, da CIA, um tour pela "caverna" onde o ataque foi planejado e o modelo do complexo de Bin Laden, onde a operação foi ensaiada. No ano passado, o diretor republicano do Comitê de Segurança Interna pediu uma investigação para saber se o governo Obama havia permitido que os produtores tivessem acesso a informação confidencial, acusação que Boal e Bigelow negam. De qualquer forma, um inquérito interno da CIA está investigando o contato que funcionários tiveram com os produtores e outras pessoas de fora da agência, sobre a operação.
Fonte: Portal O Globo.
A agente da CIA que
rastreou Bin Laden e teve a
promoção negada.
Reviewed by Consultor de Segurança Eletrônica
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02:29:00
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